Carregando...

Depoimento Vocacional





Ir. Maria Aparecida Pereira

A caminho de celebrar o Jubileu de Prata de minha consagração, é oportunidade para fazer memória de como começou a minha caminhada vocacional e um pouco da história até aqui percorrida.

A verdade é que é um pouco difícil dizer o momento certo do chamado, fora é claro o fato de que Deus nos chama desde o ventre materno.

A minha infância já apontava através de alguns acontecimentos que meu caminho seria diferente dos caminhos da grande maioria: o gosto pelas atividades da Igreja, oração, Missa, e o cuidado da Igreja. Enquanto morava na fazenda a Missa era apenas uma vez por mês, mas caminhávamos 4 léguas para chegar à Igreja. Indo para a cidade eu participava sempre. Eu tinha uma admiração pelas pessoas que ajudavam na liturgia, leitores, pelos que participavam de grupos, movimentos, mas a timidez fazia com que eu ficasse só na participação da Missa, até que foram-se abrindo caminhos para uma participação mais ativa. Quando eu estava com uns 17 anos participei de um encontro vocacional, mais para fazer companhia a uma de minhas irmãs que desejou participar.

Esse encontro deixou marcas que de uma certa forma foram sendo motivo de inquietação. O tempo foi passando até que um dia o Pároco da época fez um convite para fazer parte do grupo de jovens, eu aceitei o convite para motivar minha irmã que mostrou interesse. O padre colocou umas condições para poder entrar para o grupo e eu as assumi. Fazendo parte do grupo jovem, veio também a missão nas comunidades rurais, e depois outro Pároco, Frei Célio, convidou-me para ajudar na catequese e, então, assumi também este compromisso. Num certo dia uma companheira do grupo de jovens comentou comigo que tinha dado o nome para participar de um encontro vocacional numa congregação indicada pelo Frei Célio. Conversei com o Frei e ele encaminhou também meu nome e endereço para a promotora vocaciona que me convidou a participar de outros encontros. A cada encontro, ficava mais claro o meu querer e o que eu sentia no meu interior. Foi neste tempo de busca que numa Celebração Eucarística eu tive um “despertar”.

Quando o Padre rezava “Por Cristo, com Cristo e em Cristo”, me veio forte: é isso que quero! Desse momento em diante, eu tinha cada vez mais claro o chamado de Deus e a minha disponibilidade em responder. O meu contato com a Congregação se deu mesmo pela intervenção do Frei Célio e pra mim foi interessante o quanto os encontros vocacionais foram importantes na minha decisão, pois eu realmente fiquei cativada pela vida de Madre Serafina e pelo testemunho da vida missionária da Congregação, especialmente a vida simples de Ir. Auxiliadora que nos foi apresentada nos encontros. No final de 1989 me preparei para ingressar no Aspirantado. A família colocou um pouco de dificuldade, questionando se eu estava decepcionada com alguém ou com alguma coisa; minha resposta bem natural foi que esta decisão estava acontecendo no momento em que me sentia melhor, feliz e mais realizada.

Em janeiro de 1990 entrei no Aspirantado. Foi um ano marcado pela sede de acolher e aprender, apesar da saudade da família que foi sendo superada aos poucos. Fui dando passos no Postulantado, Noviciado, tempo forte e significativo, oportunidade de crescer na espiritualidade e conhecimento pessoal. Veio, então, o tempo do estágio junto ao povo mais simples e famílias em situações bem carentes. Neste período de estágio Ir. Mônica me disse que se eu tivesse interesse para ir para missões mais distantes, deveria pedir logo, porque podia demorar a ter possibilidade; assim eu decidi escrever à Coordenação Provincial para ver se teria possibilidade algum dia de ir para alguma missão no Nordeste ou na Guiné Bissau. Qual não foi minha surpresa e até susto quando fui comunicada da decisão de que eu poderia ir para a Guiné Bissau, foi uma experiência bem forte de alegria e “medo”, mas dei o Sim, e 1995 estava eu partindo com mais duas companheiras para a Guiné, para abrir uma nova comunidade, em Gabú. Os primeiros anos de missão me marcaram muito. E foram muito importantes pelo fato de estar nos primeiros anos de caminhada. Em Gabú pude trabalhar com a juventude, liturgia, catequese e apoio no centro nutricional. Em 2000 fiz em Gabú minha Profissão Definitiva. Depois fui fazer parte da comunidade da Casa de Formação Madre Serafina em Bissaquil. De junho 2004 a maio de 2005 foi o meu ano sabático, oportunidade em que estando no Brasil comecei a sentir uma certa necessidade de estudar um pouco mais, mas voltei ainda para a Guiné. Estando na Casa de Formação novamente senti que estava mesmo precisando ampliar meus conhecimentos, tanto na dimensão espiritual quanto profissional. Foi um momento difícil, percebendo a necessidade de complementar os estudos, mas sem querer deixar a missão em dificuldade de membros. O tempo me fez entender que seria melhor mesmo pedir para retornar ao Brasil pelo menos por um tempo, para, quem sabe, ter a chance de estudar.

Estando no Brasil fui enviada a Conceição do Mato Dentro, no CEFORM, missão que me é muito querida. Lá fiquei de 2008 a 2011 e fui para Curvelo atuei no Colégio, e ali finalmente, decidi fazer a faculdade, optando por Gestão de Recursos Humanos, por ser um curso menor e mais na área de Administração. Uma nova transferência me trouxe para Prudente de Morais, comunidade que tem uma missão mais específica na saúde natural, são já três anos nesta missão. Este ano estou dando um pouquinho do meu tempo na comunidade terapêutica Santa Catarina de Sena em Silva Xavier, recuperação de dependentes químicos, apoiando às mulheres que tentam se libertar dos vícios, missão desafiante e que tem que ser muito gratuita devido não poder ficar contando tanto com resultados e sim trabalhar com amor.

Quando a gente está começando a caminhada nem pensa que vai chegar um dia a celebrar Bodas de Prata. E o que dizer de 50 anos, 60 anos e até mais de Consagração? Deus seja louvado por estar sempre conosco!
notícias 7800549514519293386
Página inicial item

Jogos

Jogos
Clique na imagem e acesse vários jogos

Páginas mais lidas